Cãezinhos em forma

Os amiguinhos de quatro patas do ser humano dão show quando o assunto é atividade física. Mais do que brincadeira, a prática é necessária para a saúde do animal, como atestam especialistas.

Criado em 22 de Maio de 2018 Pet
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Quem vê a Cacau, uma bulldog francês de 1 e 3 meses, andando de skate nem acredita que a pequena é simplesmente apaixonada pela atividade. Os “professores” foram o próprio dono, o motorista Lincoln Luz Silva, de 41 anos, e os filhos dele. “Nós a colocamos em cima do skate numa inclinação na rua, e ela mesma pega o embalo e desce”, conta Silva. Os treinos começaram quando ela ainda era filhote, aos 3 meses de vida.

A atividade faz muito bem para a saúde dela e deveria ser uma rotina para todos os cães. De acordo com a médica veterinária Luanna Melo, a prática regular de atividade física reduz a probabilidade do surgimento de diversas doenças, como obesidade, diabetes e distúrbios comportamentais causados por estresse, ansiedade e depressão. “Além de proporcionar um momento de interação com seu tutor, a prática de atividade física pelo cão propicia o aumento da longevidade do animal”, explica a especialista.

Cacau tem apenas 1 ano e 3 meses, mas já “surfa” no skate como uma verdadeira atleta da modalidade; família diz que a prática de atividade física a deixa menos estressada em casa.

Segundo ela, o ideal é que o cão faça atividade física todos os dias. Mas, caso o dono não tenha essa disponibilidade, ele deve permitir que o cãozinho se exercite ao menos uma vez por semana. Os melhores horários são no início da manhã e no fim da tarde, quando o sol está mais fraco e o tempo, mais fresco. Se o tutor optar por levar o animal à tarde, é importante que faça o uso de repelente nele, pois esse é o período em que o mosquito transmissor da leishmaniose se alimenta.

Cuidados

Conforme a veterinária, há tipos específicos de atividades para cada raça. O bulldog, por exemplo, por possuir problemas respiratórios e articulares, não pode ser submetido a exercícios intensos, sendo os mais leves os ideais para a raça. Por outro lado, os cães das raças golden, labrador e border collie são mais ativos e inteligentes e, por isso, necessitam gastar mais energia. As atividades mais recomendadas são corridas, natação e treinos com obstáculos e captura de objetos.

A médica explica que os bichinhos das raças shih-tzu, york, lhasa, poodle e lulu da pomerânia são raças que curtem mais as brincadeiras. Então, o ideal é que eles explorem bastante os brinquedos e os objetos, para correrem e se divertirem ao mesmo tempo. Caminhadas também são bem-vindas para esse tipo de cachorro.

Luanna Melo alerta para o fato de que, antes de iniciar uma rotina de exercícios com o cão, é necessário saber os limites do animal e começar aos poucos para que ele se acostume. Outra coisa importante é levar uma garrafa com água para o bichinho se hidratar durante o esporte. Além disso, “se o cão nunca praticou atividade física, é recomendado que passe por uma avaliação do veterinário de confiança para saber quais são os melhores exercícios para ele”.

Sabendo das particularidades da raça bulldog, Lincoln e a família sempre respeitaram os limites da Cacau. Andar de skate é sempre no tempo dela, com moderação. Normalmente, a atividade em família ocorre nos fins de semana e pela manhã. “Nós a deixamos à vontade, até ela querer parar com a brincadeira. Os resultados nós vemos, pois Cacau faz acompanhamento veterinário e é saudável, dócil e tranquila”, conta Lincon.  

Caminhada

Uma das atividades mais praticadas por cães com seus donos é a caminhada. Trata-se de uma modalidade simples, mas de alta relevância para tirar os pequenos de quatro patas do sedentarismo e uma alternativa para tutores que não conseguem incluir um esporte diferente na rotina do animal. “As caminhadas e as corridas, por exemplo, tornam-se mais prazerosas na companhia do cachorro. É um momento benéfico à saúde de tutor e animal, já que aumenta a interação deles”, salienta a veterinária.

Em São Paulo, tem até academia de judô para caninos, onde eles fortalecem o físico, a mente e o espírito
com premissas da arte marcial.

A professora Elisa Alexandrina, de 37 anos, mora em apartamento e caminha por cerca de meia hora por dia com a maltês Nicole e a shih-tzu Maia. “Maia tem problema renal. Então, caminhar faz bem para ela. Virou um hábito. Nós passeamos todos os dias”, relata. Os benefícios ela vê no dia a dia, pois as cadelinhas são tranquilas e saudáveis.

De acordo com a veterinária Luanna Melo, para cães que vivem em apartamento uma rotina diária de exercícios físicos é fundamental, pois, devido ao pouco espaço, o cão acumula muita energia, o que pode se transformar em agressividade, móveis destruídos e até automutilação. Mas quem vive em casa e tem o quintal disponível para os bichinhos também não está isento de ter uma rotina de atividades físicas com os cães.

Espaço deles

Em São Paulo, o proprietário da academia SP/UP teve uma ideia um tanto quanto inusitada: incluir os cãezinhos nas atividades dos usuários. E a proposta deu certo. Renato Harmuth percebeu que muitas pessoas escolhiam entre treinar ou passear com o cachorro, e era necessário suprir as duas necessidades. Com a novidade, a clientela aumentou. Só no primeiro mês de instalação, em dezembro do ano passado, foram 20 novos alunos.

O espaço é gratuito para usuários da academia. Enquanto os humanos malham, os bichinhos pulam, correm, pegam bola e até saltam obstáculos. No fim do treino, tutor e cão saem em forma.

Outro caso inusitado na capital paulista é a academia de judô para caninos. A JuDog utiliza as premissas dessa arte marcial para adestrar cães com o objetivo de fortalecer o físico, a mente e o espírito do animal, melhorando a qualidade de vida deles e proporcionando um estado de harmonia com o ambiente. As aulas ocorrem duas vezes por semana, com sessões de 45 minutos cada, ou aos sábados, com uma hora e meia de duração.

 




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