Como fazer seu 13º render?

Décimo terceiro

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Criado em 15 de Dezembro de 2014 Economia

Foto: Hilário José

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Quitar dívidas, comprar presentes ou poupar. Confira dicas para aproveitar da melhor forma o dinheiro extra que entra na conta no fim do ano

Luna Normand

COM O CASAMENTO MARCADO para maio de 2015, a secretária Ester Souza dos Santos, 29, viu o orçamento apertar desde que iniciou os preparativos para o grande dia. Além de gastos com a cerimônia, ela ainda está construindo a casa própria e realizan­do um procedimento dentário. Só com o salário de secretária ficaria difícil fazer to­dos esses planejamentos de uma só vez, por isso mesmo, ela já separou parte do décimo terceiro para ajudar nas despesas.

Pago tradicionalmente nos meses de novembro e dezembro, esse dinheiro extra que entra na conta de todos que participam do mercado formal de traba­lho, sejam eles empregados pela CLT ou servidores públicos, faz a alegria de mui­tos trabalhadores no fim do ano, marcado por muitas festas, presentes, impostos e férias. Porém, antes de sair por aí gastan­do o suado “dinheirinho”, planejar o que será feito com o décimo terceiro salário faz toda a diferença e pode ajudar muitas pessoas a saírem do vermelho e a come­çar o ano sem dívidas.

O professor do Ibmec e doutor em eco­nomia Márcio Salvato afirma que no início do ano há despesas que não podem ser adiadas, como o pagamento de impostos e a compra do material escolar dos filhos, por exemplo. Por isso mesmo, segundo ele, é importante fazer uma planilha de custos, levando em consideração que dí­vidas passadas devem ser eliminadas ou reduzidas antes de se pensar em despesas adicionais. “Uma vez reservados os recur­sos para tais despesas, aí, sim, podemos pensar em programação de férias ou festas, não esquecendo que o melhor a se fazer é iniciar o ano bem, isto é, com dinheiro sobrando para eventuais surpresas”, diz.

Ester vai usar o décimo terceiro para pa­gar as dívidas, mas nem sempre foi assim. Ela lembra que nos anos anteriores já che­gou a gastar todo o salário no shopping. “Neste ano, vai ser diferente. Estou até ven­dendo cosméticos para tentar ajudar, por­que só com o 13º não vai dar. Só o aluguel do vestido de noiva é R$ 4.100”, conta. Para a secretária, esse dinheiro extra vem em boa hora e vai ajudar a desafogar o orçamento para começar 2015 com o pé direito.

 A secretária Ester Souza dos Santos, vai usar o 13º para quitar dívidas do casamento, marcado para ano que vem.

PLANEJAMENTO

O ideal é organizar o orçamento antes do pagamento, mapeando receitas e des­pesas para saber qual é a sua real situação financeira, conforme explica o professor Márcio Salvato. Com uma planilha de custos em mãos, deve-se priorizar contas inadiáveis e a quitação de dívidas, para decidir o que fazer e quanto gastar com presentes e férias, por exemplo. “Se o problema são as dívidas, primeiro se preo­cupe em usar esses recursos para eliminá­-las ou reduzi-las. Em segundo lugar, em reservar parte para os impostos. Somente depois se programe com presentes, festas e outras coisas”, ensina o especialista.

Com a facilidade de crédito nos dias atuais, está cada vez mais comum com­prar abusivamente e bem mais do que se ganha. Márcio explica que isso significa que amanhã essas pessoas terão um pa­drão de consumo menor, porque estarão pagando pelo crédito assumido. “O que não pode é fazer sem planejamento, gas­tando sempre mais do que se ganha e se complicando com débitos impagáveis, tornando-se inadimplente”, garante.

Por isso mesmo, se as dívidas estive­rem em dia e o orçamento, mais folgado, poupar parte do 13º salário pode ser um bom investimento em vez de sair gastan­do desordenadamente. Segundo especia­listas em investimento, o ideal é guardar ao menos 30% desse dinheiro. “É sempre prudente poupar algum dinheiro, e não consumir tudo”, afirma Márcio.

GASTOS EXCESSIVOS

Ainda de acordo com o doutor em economia, qualquer gasto sem planeja­mento é prejudicial. “Se as famílias têm esse comportamento com o décimo ter­ceiro, também devem ter com o rendi­mento de qualquer mês, e é fácil ver o resultado disso: ou elas têm dívidas que pressionam o padrão de consumo atual e estão com dificuldades para sair dessa si­tuação, ou já estão sem perfil de contrair novos créditos no mercado (estão com nome sujo). Enfim, só há uma forma de corrigir isso: mudando o comportamen­to, planejando os gastos e mantendo-os dentro do limite de rendimento”, finaliza Márcio Salvato. 

DICAS PARA USAR SEU 13º

  • Faça uma planilha com as suas receitas e despesas
  • Elimine suas dívidas. Se o montante não for suficiente para quitá-las, opte por aquelas com os juros mais altos
  • Reserve uma parcela desse dinheiro para os gastos de fim e início de ano, como presentes de Natal, IPVA, seguro obrigatório, matrícula e material escolar
  • Adiante prestações de financiamentos adquiridos durante o ano, como as parcelas do carro ou do apartamento
  • Poupe. O ideal é guardar 30% do 13º e investir em aplicações financeiras
  • Feito tudo isso, presenteie a si mesmo(a)! Compre aquele item que você desejou o ano inteiro ou faça uma bela viagem. Enfim, curta a vida! 

 




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