De bem com a vida

Talento: Eraldo Fontiny

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Criado em 13 de Março de 2015 Talento

Eraldo Fontiny. Fotos: Hilário José

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Além do sucesso no programa “Ricardo Amado”, da 98 FM, Eraldo Fontiny conquistou o país com a Lili, personagem conhecida nacionalmente pelo bordão “A minha mãe deixa!”

Viviane Rocha

ERALDO FONTINY, 32, ATOR E HUMORISTA, é um devoto da arte e membro de uma família que reúne pessoas de várias regiões do país. Filho de alagoanos, ele nasceu em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, tem uma irmã pernambucana, uma paulista e outra capixaba. Mas foi na capital mineira, onde vive há 17 anos, que Eraldo decidiu estudar e viver a arte intensamente. Hoje, anos depois, além de percorrer programas de TV e participar de diversas peças teatrais, ele faz o maior sucesso no programa humorístico “Ricardo Amado”, da rádio 98 FM, e ganhou projeção nacional com a aterrorizante Lili, personagem que está conquistando o Brasil com o bordão “A minha mãe deixa!”.
Além de Lili, o ator tem um leque de outros grandes personagens: Seu Manel; Meire Caixeta, uma jornalista bêbada; DJ Tavinho, e o roqueiro Marcos Paulo são exemplos. De segunda a sexta-feira, alguns deles divertem milhares de ouvintes no programa “Ricardo Amado”, no ar há quatro anos. “É muito difícil fazer rádio, principalmente para quem vem do teatro, em que tudo é muito visual. Já no rádio, nós trabalhamos a imaginação do ouvinte”, explica. Sua primeira experiência em rádio ocorreu na extinta Extra FM, no programa “Absurdo”.
Em 2005, Eraldo ganhou o prêmio de melhor ator de Minas Gerais, promovido pelo Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc), por sua atuação na peça “Cia. dos Palhaços”, da Grafite Teatro Empresarial. Em 2011, foi premiado como o melhor humorista no 2º Festival de Humor de Minas Gerais. Já no ano passado, o artista foi novamente indicado ao prêmio de melhor ator pelo Sinparc, com o espetáculo “Arrasô! A Comédia”, na qual ele atua ao lado do humorista Rafael Mazzi. Como diretor, Eraldo participou do Festival de Cenas Curtas, do Galpão Cine Horto, em 2007, com a premiada cena “O piquenique”. Um ano depois, dirigiu o espetáculo “Sem Palavras” e, em 2009, foi assistente de direção da peça “Azarado”.
O ator recebeu a equipe da Mais às vésperas da gravação do prêmio Multishow de Humor, realizado pelo canal pago Multishow e que revela novos humoristas em todo o país. No programa, a performance dele foi avaliada por um corpo de jurados, e o vencedor da competição integrará o elenco de humor do canal global. “Fiz o que sei e não vou me cobrar tanto. Estou ansioso, mas muito feliz por participar. Me diverti fazendo o meu melhor”, salienta. Os quadros da competição foram gravados na última semana de fevereiro, e o programa será exibido somente em maio deste ano.
 
SUCESSO NACIONAL
Apesar de todo o atrevimento, Lili é um dos personagens do momento no Brasil. Isso por causa da ajudinha de uma madrinha superfamosa: a cantora Ivete Sangalo. “Meu sonho é conhecê-la. Sou louco por Ivete, madrinha da Lili”, revela Eraldo. A musa do axé começou a dizer o bordão da personagem em seus shows e passou a seguir o humorista no Twitter. O resultado foi imediato: Lili se tornou muito popular, tanto que a menininha foi uma das fantasias mais usadas no Carnaval de rua deste ano em todo o país.
Com a personagem, Eraldo tem viajado o Brasil apresentando-se em boates. E, mesmo com tanto trabalho, ele diz que busca estar com a família e se divertir com os amigos nos momentos de lazer. “Gosto de estar com a minha família, tomar uma cerveja com os meus amigos e ouvir música”.
Satisfeito com suas conquistas, Eraldo conta que quer continuar contribuindo com o teatro. “Estou muito feliz com tudo o que tenho vivido. Meu sonho é pagar as minhas contas e estar com saúde ao lado das pessoas que amo. Quero ficar perto da minha família, de quem gosta de mim e do meu trabalho”, reforça.
 
VIDA NÔMADE
Desde antes de nascer, Eraldo vivia uma vida nômade. O pai dele, conhecido como Seu Toró, era pedreiro e, de tempos em tempos, era transferido de cidade, sempre levando consigo a esposa e os filhos. Por causa disso, o ator viveu em várias regiões do país e conviveu com as mais diversas culturas, costumes, paisagens e sotaques. Seu primeiro contato com a arte se deu em âmbito familiar. “Quando eu tinha 7 anos, nossa família morava em Vitória (ES), e eu assisti a uma apresentação de dança das minhas irmãs. Já aos 10 anos, morando em Jacareí (SP), comecei a praticar ginástica olímpica e descobri minha aptidão pelas artes”, recorda-se.
Em 1996, Eraldo e sua família se mudaram para Belo Horizonte definitivamente. Dois anos depois, já habituado à capital mineira, o ator fez o seu primeiro teste para um espetáculo. Aprovado, ele integrou o elenco da peça “Pluft, o Fantasminha”, na época montada pelo grupo Atu’s e dirigida por Dirceu Alves e Ricardo Luís. Após a primeira montagem, outros trabalhos surgiram, e houve a necessidade de aprofundar os conhecimentos nas artes cênicas. Com isso, Eraldo ingressou no curso superior de artes cênicas, pelo Uni-BH, onde conheceu uma de suas artistas preferidas, a atriz Mônica Ribeiro, sua professora durante a graduação. E, por seis anos, o ator trabalhou com o grupo de teatro empresarial Oficcina Multimédia.
 
HUMOR COM MENSAGEM
Eraldo acredita que o humor aproxima as pessoas e que, no contexto da arte mineira, ele tem conseguido levar o teatro a públicos que, até pouco tempo atrás, não tinham a oportunidade de ver uma peça. “Creio que, com a visibilidade que o rádio nos dá, nós, artistas, ajudamos, sim, a tornar o teatro uma arte mais acessível”, ressalta. “É muito gratificante ser abordado pelas pessoas e ouvir delas que foram ao teatro pela primeira vez por causa do meu trabalho no rádio. Isso me deixa muito feliz”, completa.
Diante de toda a visibilidade conquistada, Eraldo explica que, por meio de seus personagens, busca fazer um humor que contemple o senso crítico e provoque reflexão. A Lili, por exemplo, é uma criança que fuma, fala palavrão, brinca com facas e chega a ser um pouco agressiva. “Nenhum personagem meu foi criado de forma avulsa. A personagem Lili é uma criança sem limites e cruel, como tantas que vemos todos os dias”, justifica. Para ele, o bordão da garotinha é uma forma de colocar o dedo na ferida do excesso de benevolência dada por alguns pais e mães a seus filhos. “As crianças estão sem limites porque muitos pais estão permissivos demais. Não é diferente com a Lili”, diz o artista, que nos revela estar atualmente na fase de produção de um grande sonho, um espetáculo solo com todos os seus personagens. “Se Deus quiser, no ano que vem, esse projeto será apresentado ao público”, adianta.

 




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