Saúde na palma da mão

Aplicativos permitem interação entre profissionais e pacientes para o esclarecimento de dúvidas e orientações em qualquer lugar. Usuários aprovam a facilidade.

Criado em 23 de Julho de 2019 Saúde e Vida
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Iêva Tatiana

Atire a primeira pedra quem não passa umas horinhas do dia com os olhos pregados na tela do celular, visualizando fotos e vídeos, curtindo postagens ou jogando. De que esses aparelhos vieram para revolucionar nosso estilo de vida não há dúvidas, mas as funções deles podem ir muito além do simples entretenimento.

Mirando os usuários que concentram grande parte da vida nas pontas dos dedos, serviços de saúde estão migrando para versões em aplicativos e oferecendo atendimento online com profissionais da área.

A nutricionista Gabriela Prando, por exemplo, utiliza o Dietbox há cerca de cinco anos, desde que passou a atender em consultório. Por meio da plataforma, ela envia as dietas aos pacientes e ainda consegue se manter em contato com eles trocando mensagens instantâneas.

“É um aplicativo facilitador, que me permite ter acesso às fichas, trabalhar dietas e tirar dúvidas de onde eu estiver. As pessoas gostam bastante, e há muita interação, todos os dias”, diz Gabriela, que aposta nesse recurso como uma forte tendência.

Para o usuário, o Dietbox – que permite a inclusão de dietas apenas por profissionais da área – oferece funções como diário alimentar, para compartilhar as refeições com o nutricionista e receber uma avaliação de rendimento; acesso a receitas, para fugir da mesmice sem enfiar o pé na jaca; lembretes de refeições; e até lista de compras. O app é gratuito e está disponível para os sistemas Android e iOS.

Experiência aprovada

Paciente de Gabriela, a empresária Carolina Reis de Oliveira, de 32 anos, usa o aplicativo há aproximadamente três anos e considerou fantástico não precisar mais de papéis com a dieta a ser seguida, concentrando no smartphone todas as funcionalidades de que precisa no dia a dia. “São essas facilidades que a tecnologia nos oferece em benefício da saúde que nós temos que aproveitar, porque há tantos apps que não são benéficos”, avalia Carolina.

Para ela, a possibilidade de resolver assuntos corriqueiros com apenas alguns toques na tela é excelente. “Uso o aplicativo do meu plano de saúde para marcar consultas e receber autorização de exames, por exemplo. Para mim, falar em um call center é o fim do mundo. Então, a tecnologia veio para ajudar, e eu uso mesmo tudo que pode agilizar minha vida”, afirma a empresária.

Divã virtual

Desde 2016, fazer terapia online também é possível por meio de aplicativo. Oficialmente lançado naquele ano, o FalaFreud foi pioneiro no segmento e, desde então, já atendeu a mais de 1 milhão de pessoas, segundo os desenvolvedores.

A plataforma une psicólogos licenciados e experientes a usuários por meio de sessões de vídeo, utilizando um sistema próprio de comunicação, com garantia de confidencialidade.

Atualmente, uma sessão de terapia de 45 minutos custa R$ 99,99; o plano de quatro sessões mensais sai por R$ 379,96. Futuramente, porém, os atendimentos poderão ser feitos também por convênios médicos, segundo informações divulgadas na página do FalaFreud na internet. “Estamos em processo de cadastro com as seguintes operadoras: Amil, Bradesco Saúde, Sulamérica e Unimed”, adianta o texto.

O aplicativo é exclusivo para usuários maiores de 18 anos e também está disponível no Google Play e na App Store.

Exercício legal

Os atendimentos psicológicos online já acontecem no Brasil e no mundo há alguns anos. Então, no fim do ano passado, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) criou uma resolução para garantir que essa modalidade possa ser fiscalizada e praticada dentro dos padrões éticos.

Entre as medidas que entraram em vigor em novembro último está o cadastro do psicólogo no site do CFP com informações sobre o serviço que será prestado, em quais plataformas e que cuidados serão tomados para a preservação do sigilo do pacientes.

Em alguns casos – como o de vítimas de violência ou de violação de direitos e o de pessoas que passaram por desastres –, o atendimento psicológico online não é permitido pelo conselho.

Atividade incipiente

Apesar de já terem mostrado que chegaram para ficar, os aplicativos de saúde ainda são carentes de dados quantitativos e qualitativos. Por ora, não existem registros oficiais de plataformas disponíveis no mercado nem de profissionais que aderiram a elas.

 




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