Alta gastronomia pertinho do céu

Chef Vitor Pacheco assume a missão de reformular o menu do Topo do Mundo e introduz um novo conceito à cozinha com um cardápio vegano

Criado em 30 de Agosto de 2016 Talento
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Construído no alto da Serra da Moeda, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, o restaurante Topo do Mundo tem na paisagem deslumbrante e na vista privilegiada dois ingredientes fundamentais da própria receita de sucesso. Mas, para quem gerencia um empreendimento em uma altitude de 1.500 m, novos desafios dão sempre um tempero especial aos negócios.

Há cerca de dois meses, o casal proprietário, Rogério e Ludmila Tomietti, convidou o jovem chef Vitor Pacheco, de 25 anos, para assumir a missão de reformular o menu e introduzir um novo conceito: um cardápio vegano. “Tínhamos opções vegetarianas, mas as pessoas pediam isso. Sempre tem procura (por esses pratos), é uma realidade”, afirma Ludmila.

Para Pacheco, encarregar-se da cozinha de um dos restaurantes mais conceituados de Minas com essa incumbência foi – e ainda é –, de fato, desafiador. “A cozinha vegana é algo que estou estudando agora. Tenho amigos chefs que atuam em restaurantes totalmente dentro dessa proposta e estou aprendendo com eles”, revela.

A modéstia, no entanto, não esconde a extensão do currículo do novo chef da Serra da Moeda. Aos 19 anos, Pacheco mudou-se para a Austrália e teve a primeira experiência no universo gastronômico ao trabalhar com um amigo em uma churrascaria brasileira.

De volta ao Brasil, ele atuou em um pub na Savassi como auxiliar de cozinha e, depois, foi promovido a cozinheiro do estabelecimento. Mais tarde, em uma viagem a Búzios (RJ), tornou-se o responsável pelos pratos do restaurante Da Vinci e acrescentou à bagagem o traquejo com frutos do mar.

Novamente na capital mineira, Pacheco trabalhou no restaurante Benvindo, no bairro de Lourdes. Na sequência, seguiu para Aracaju (SE), onde participou da inauguração do restaurante Urbano. “Era uma nova proposta para o Nordeste, de alta gastronomia com cozinha brasileira”, lembra.

Antes de chegar ao Topo do Mundo, ele ainda passou pela Mercearia 130, bar belo-horizontino com unidades nos bairros Serra e Lourdes. “Minha experiência se resume a desbravar a cozinha brasileira, de raiz, que vem do quintal de nossas mães, a cozinha que o Nordeste e o Sudeste me ensinaram”, define.

 

Estratégia

E é com essa simplicidade que o chef quer atrair cada vez mais clientes para o alto da montanha. A principal aposta são as opções de cardápios enxutos, seguindo a tendência de mercado e valorizando os ingredientes que mais agradam ao paladar dos mineiros.

Exemplo disso é a linguiça mineira cozida na cerveja preta e acompanhada por chips de raiz. Fácil de fazer, segundo Pacheco (ele compartilhou a receita!), o prato tem sido um dos mais pedidos. Outros sucessos recentes, que coincidem com a chegada do jovem ao restaurante, são o galeto laqueado com manteiga de canela e polenta cremosa, e o Short Rib Angus, corte bovino de alta qualidade que pode ser servido com vegetais cozidos no vapor e arroz à piamontese ou fritas e arroz branco.

A ousadia genuína de Pacheco já apresenta bons resultados na avaliação de Rogério Tomietti, proprietário do restaurante. “O negócio dele é mudar completamente o estilo de cardápio, e o retorno tem sido excepcional. Estamos recebendo muitos elogios. O pessoal está percebendo a mudança. Eu achava que só notícia ruim corria, mas a boa também corre, graças a Deus”, alegra-se Tomietti.




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