Em busca de novos caminhos

Apae Rural

0
Criado em 11 de Outubro de 2013 Bom Exemplo
A- A A+
Atividades desenvolvidas na Apae Rural colaboram para o crescimento pessoal, independência e autonomia de jovens e adultos
 
Ana Flávia Belloni
 
profissionalização, alfabetização, entre outras, integram o cronograma de atividades desenvolvidas na unidade rural da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae Rural), localizada no bairro Açude, em Betim.
 
Dirigida pela psicóloga Sônia Maria de Melo, o principal objetivo da associação, segundo ela, “é proporcionar mais autonomia e independência aos alunos, de forma que eles levem essas características para a vida”, explica.
 
Atualmente, a Apae Rural atende, em média, 95 alunos com uma necessidade intelectual, além de prestar suporte a suas respectivas
famílias. Assim que é demonstrado o interesse da inclusão do jovem ou do adulto nos projetos desenvolvidos pela associação, eles e suas famílias são convidados para uma entrevista. Os familiares são indagados sobre as suas expectativas e os alunos, sobre a sua postura no dia a dia. Os laudos médicos também são analisados, assim como o convívio familiar. Após o acolhimento e depois de detectada a necessidade de cada pessoa, é feita uma triagem, com o intuito de direcionar os alunos às oficinas e definir quantos dias por semana eles irão participar das atividades oferecidas.
 
 
Ao caminhar pela associação, é comum nos depararmos com pais e irmãos satisfeitos com o desempenho de familiares que frequentam as atividades desenvolvidas pela Apae Rural. “Depois do falecimento da minha mãe, ficamos meu irmão e eu. Resolvi, então, procurar um terapeuta educacional, que me orientou a fazer a inscrição do Anderson na Apae Rural. Meu irmão tem 39 anos e nunca havia estudado. Aqui, ele tem a oportunidade de aprender, de desenvolver a coordenação motora e de se relacionar com outras pessoas. Graças à Apae, ele vem se mostrando muito mais ativo e comunicativo”, conta Elizabeth Maria da Silva, irmã de Anderson Santos, aluno da associação.
 
A Apae possui três unidades em Betim: a clínica de estimulação precoce, no Horto, que atende crianças de 0 a 6 anos de idade; a escola especial, localizada no bairro São João, que assiste alunos de 6 a 15 anos; e a Apae Rural, que acolhe jovens e adultos de 15 a 42 anos.
 
De acordo com Sônia, a Apae Rural surgiu da necessidade de um local para acolher os alunos que concluíam a jornada na escola especial e precisavam vivenciar situações que contribuíssem para o seu futuro, desde o convívio em casa até a inserção no mercado de trabalho.
 
 
Em função dessa demanda, é desenvolvido na associação o projeto “Inserção no Mercado de Trabalho”. De acordo com a diretora, assim que os alunos demostram interesse, ela entra em contato com empresas, analisa, junto aos professores, o nível de desenvolvimento deles, conversa com os familiares sobre a aceitação de uma rotina diferenciada e, posteriormente, encaminha e acompanha os novos profissionais.
 
Em média, 20 jovens já foram inseridos no mercado de trabalho e, conforme destaca a psicóloga, “é muito interessante ver a evolução dos alunos, encontrá-los em seu ambiente de trabalho e presenciar o fato de como eles adquiriram independência. É como abrir as portas do mundo para eles”, diz orgulhosa.
 
Os recursos destinados aos projetos desenvolvidos na Apae são provenientes da doação de empresas e convênios com a Prefeitura de Betim. Graças a esses subsídios, os alunos podem desfrutar de um serviço de educação especializada, que inclui cursos profissionalizantes, alfabetização básica, agricultura orgânica, jardinagem, além de participar de projetos como o “Inserção no Mercado de Trabalho”, citado anteriormente, e “Casa do Aprender, para Fazer”, que está em fase de implantação e, assim que for concluído, vai colaborar para o aprendizado relativo a situações do cotidiano, como manter a casa organizada, arrumar o quarto e os cuidados pessoais.

Fotos: Deivisson Fernandes




AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Mais. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Mais poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.