Flavia Cebol
Na direção do sucesso
Há mais de 30 anos, a empresária Flavia Cebola desbrava segmentos tradicionalmente masculinos – da borracharia a autoescola – e confirma a força da mulher
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“Eu nasci para inovar”. É assim que a empresária Flavia Maria Cebola, de 49 anos, se define, e a trajetória dela – tanto pessoal quanto profissional – confirma essa afirmação. Nascida em São José da Safira, no Vale do Rio Doce, ela começou a trabalhar aos 11 anos, ajudando o pai, que era escrivão em um cartório da cidade, e a mãe, que tinha um salão de beleza.
Aos 17, quando se casou, a menina do interior veio para a região metropolitana de Belo Horizonte e, junto com o marido, passou a gerenciar uma borracharia. Com o tempo, Flavia percebeu que a informalidade do estabelecimento, que não era registrado, estava atrapalhando os negócios. Ela, então, vendeu o carro que havia comprado com o dinheiro adquirido com a comercialização de roupas – trabalho que ela tocava paralelamente – e legalizou a oficina.
“Começamos a vender o serviço dentro da CeasaMinas, porque podíamos emitir nota fiscal, o que, naquela época, não era comum. Saímos de dentro de um posto de combustíveis e adquirimos um galpão de mais de mil metros quadrados”, relembra a empresária.
Vencido o desafio burocrático, restava vencer o preconceito. Ser mulher em um segmento predominantemente masculino exigiu bastante sagacidade de Flavia. Ela conta que precisou aprender a se impor para ser respeitada por clientes e até mesmo por funcionários, já que muitos desconfiavam da capacidade dela de realizar o trabalho.
“Para muita gente, eu era a moça que atendia ao telefone, porque raramente a gente via uma mulher dentro de uma oficina. Quando eu ia falar com um cliente, ele dizia que ia esperar o borracheiro. Mas quem dava treinamentos e mostrava como se fazia era eu. Com o tempo, foram percebendo que eu tinha conhecimento e sabia responder a todas as perguntas”, relembra.
Guinada na vida
O empreendimento se tornou uma referência no setor. A empresária, porém, resolveu mudar de direção: aos 35 anos, ingressou em um curso de administração de empresas e, aos 39, divorciou-se. Aproveitando a experiência com a borracharia, Flavia montou a própria oficina e começou a trilhar um caminho independente, até conhecer o namorado, o instrutor de autoescola Leandro Rodrigues de Souza.
Da união de conhecimentos dos dois surgiu, há cerca de uma década, o Centro de Formação de Condutores (CFC) Aprovação, no bairro Espírito Santo, em Betim. Depois de um tempo se dividindo entre dois negócios, Flavia decidiu arrendar a borracharia e se dedicar exclusivamente à autoescola. Mais uma vez, ela enfrentou resistência.
“No início, alguns alunos diziam que queriam fazer aulas com homens, mas isso mudou, e, atualmente, muitos até preferem as instrutoras”, relata.
Hoje, ela se orgulha ao dizer que o CFC está sempre entre os líderes de aprovação do Estado, segundo fontes do Detran-MG. Além da própria empresária, a equipe é formada por Leandro, Wellington Ladislau, Douglas Geraldo e Carlos Alberto.
Para Flavia, os preconceitos sexistas vêm sendo vencidos também pelas alunas, que são a maioria na autoescola (cerca de 60%). Idosas, sobretudo as donas de casa, que passaram a vida se dedicando à criação dos filhos, são presença constante, “porque se cansaram de depender dos outros”, na avaliação da empresária, a professora mais procurada nesses casos.
SERVIÇO
Autoescola Aprovação
Endereço: rua Rio de Janeiro, 730 A, Espírito Santo, Betim
Telefone: (31) 3531-1632
Instagram: @cfcaprovacao7
Facebook: @AutoEscolaAprovacaoLtda