Judô: corpo e mente fortalecidos

Além dos benefícios para a vida do praticante, modalidade nascida no Japão é uma das que mais conquistou medalhas para o Brasil em competições olímpicas

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Criado em 12 de Agosto de 2013 Esportes
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Pollyanna Lima

Modalidade esportiva praticada por homens e mulheres de todas as idades, o judô tem o objetivo de fortalecer a mente e o corpo das pessoas. Criada em 1882 no Japão, a prática – que realiza a fusão das artes marciais e de outras lutas praticadas no Oriente – tornou-se o esporte oficial entre os japoneses no fim do século XIX, época em que a polícia nipônica o introduziu em seus treinos. Hoje, sua presença é tão forte nesse país que se transformou em uma disciplina obrigatória na academia militar do Japão.
 
Ao Brasil, a arte marcial chegou somente em 1922, no período da imigração japonesa. Fez tanto sucesso entre os brasileiros que, atualmente, é o esporte que mais conquistou medalhas nas últimas oito edições dos Jogos Olímpicos no país, além de ser a principal esperança de medalhas no Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
 
Jéssica afirma que o judô forma, além de atletas, pessoas preparadas para a vida
 
Segundo o professor de educação física e técnico de judô Alan Valter, 34, o esporte é muito aconselhado para jovens e crianças. “Ele tem grande valor educativo. Trabalha questões como respeito ao próximo, autocontrole, confiança, amizade e perseverança, valores que são adquiridos naturalmente, por meio de regras e códigos associados à modalidade esportiva.”
 
O judoca afirma que essa arte marcial é muito indicada também para mulheres, que, ao praticá-la, aprendem defesas pessoais, além de potencializarem a valorização pessoal e social, o desenvolvimento físico, intelectual e emocional. “O esporte tem por objetivo não só preparar tecnicamente os alunos, mas também trabalhar o desenvolvimento da criança como cidadão de uma forma pedagógica, adaptada aos moldes de uma educação ocidental”, explica Alan.
 
O professor é morador de Betim e pratica judô há 22 anos. Iniciou sua carreira de atleta na Prefeitura de Betim, por meio do programa Viva Esporte, e logo em seguida foi selecionado para participar da equipe de rendimento em uma academia da cidade, onde se sagrou como atleta, conquistando o campeonato mineiro por diversas vezes, além de medalhas em competições nacionais.
 
Outro talento de Betim na modalidade é o estudante Gabriel Carneiro, 14. Há quatro anos ele se dedica ao judô e, nesse período, já participou de vários campeonatos, inclusive, classificando-se diversas vezes em primeiro lugar.
 
Fotos: Deivisson Fernandes
 
Para ele, a disciplina e a força de vontade são constantemente exigidas durante os treinos e as competições. “Além do desenvolvimento da força e da resistência física, o judô elimina o estresse dos estudos, ajuda no desenvolvimento do raciocínio e nas tomadas de decisões rápidas. Nos treinos, também construímos amizades”, completa o judoca.
 
O estudante, que disputa na categoria ligeiro (-31 kg) sub-13, apesar de acreditar que a melhor idade para começar a praticar o judô é aos 6 anos, diz que é possível começar o esporte em qualquer idade. “Não existe limite. Meu pai, por exemplo, iniciou aos 38 anos”, conta.
 
A estudante Jessica Aguilar, 14, já faz judô há 11 anos. Hoje, atuando na categoria sub-15 meio leve, ela treina três vezes por semana. A atleta explica que quanto antes começar a praticar melhor, já que o judô trabalha muito o desenvolvimento pessoal. “A vantagem desse esporte é que existem várias categorias baseadas no peso, na idade e no sexo do judoca. Assim, todos podem concorrer de igual para igual. O grande objetivo é ensinar ao ser humano o respeito, dando a ele a capacidade para alcançar os mais altos estágios nas competições e, ao mesmo tempo, desenvolver o corpo, aprender a arte do ataque e da defesa. O judô não forma apenas atletas, mas pessoas preparadas para a vida.”
 
Desafio
Segundo o professor Alan, o maior desafio do esporte hoje em Betim é encontrar patrocinadores. “Em uma cidade como a nossa, considerada um dos grandes polos industriais do país, deveria haver uma política voltada para o esporte, com leis de incentivo fiscais para que as empresas possam apoiar e empreender os atletas. Se comparado a outros esportes, como o futebol e o vôlei, o judô não é caro. É possível ter uma equipe de alto nível com um investimento relativamente baixo. A visibilidade do judô na mídia é muito grande”, finaliza.




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