Novos talentos do futebol

Atuando no município desde 2012, projeto realizado pela Associação Mineira de Desenvolvimento Humano forma jovens atletas de Betim e região para o mercado profissional

 

Pollyanna Lima

 

Em uma rotina de muito treino e dedicação, adolescentes carentes de Betim e região têm alcançado resultados no futebol mineiro que, antes, pareciam muito distantes da realidade em que viviam. Isso porque o projeto Sistema Esportivo de Rendimento em Futebol (Serf), realizado pela Associação Mineira de Desenvolvimento Humano (Amdh) e criado na cidade em janeiro de 2012, propõe formar atletas de futebol de alto desempenho, nas categorias infantil e juvenil, preparados para competir com o mesmo padrão exigido pelo mercado nacional e internacional.

 

“Queremos, por meio de valores humanísticos, que o esporte proporcione aos jovens da região de Betim a oportunidade de treinar futebol e, ao mesmo tempo, formar pessoas mais esclarecidas, qualificadas e preparadas para encarar a vida”, explica o treinador da associação, Frederico Dinoa.

 

Apesar do pouco tempo de atuação, o projeto já demonstrou que é um sucesso. Prova disso é que, no ano passado, a equipe de jogadores conquistou o terceiro lugar no Campeonato Mineiro Sub-17 e, neste ano, o segundo lugar na mesma competição, ficando, inclusive, à frente de grandes times, como o Cruzeiro e o América. “Por ter como foco o esporte de rendimento, temos um processo de captação de talentos também em outros Estados por meio do qual, junto com os jovens de Betim e região, é possível formarmos equipes competitivas em um contexto estadual”, afirma o gerente da Amdh, Fernando Lúcio. Atualmente, o Serf treina 60 jovens, entre 14 a 17 anos, mas nestes quase dois anos de atuação já passaram pelo local aproximadamente 200 adolescentes. Desse total, cerca de dez atletas já fecharam contratos com grandes clubes de futebol do país. O projeto conta ainda com 14 profissionais dedicados a fazer desses pequenos e competentes atletas profissionais e adultos realizados.

 

“Nós não trabalhamos apenas o lado técnico dos alunos, buscamos também o desenvolvimento do cidadão e a melhoria na qualidade de vida desses meninos. Os garotos recebem todo o auxílio necessário, não só para corresponderem como jogadores, mas, também, como cidadãos. Eles contam com apoio médico, odontológico e psicológico, além de realizarem várias atividades de inclusão social, já que muitos deles viviam em situações de vulnerabilidade social”, pondera Dinoa.

 

O jovem Elivelton Marques de Oliveira,17, entrou para a equipe no segundo semestre deste ano e afirma estar muito satisfeito com o que já conquistou nesse período. “O projeto é muito bom, pois dá visibilidade aos jogadores frente aos grandes clubes. Ficamos bem classificados em importantes competições e, com isso, os clubes do Brasil inteiro têm a oportunidade de conhecer o nosso trabalho”, reforça o atleta.