Pedais de ouro

Comportamento

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Criado em 26 de Março de 2014 Esportes

O vício e o amor por esse esporte de duas rodas faz com que os amigos Vinícius Penido e Gualtiero Giannoni invistam em bikes de alta performance

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Com preços cada vez mais salgados, as bicicletas de alta performance conquistam diversos adeptos do ciclismo
 
Renata Nunes
 
A bicicleta Scott aro 29, feita com fibra de carbono e com cerca de 10 kg, é uma das maiores paixões do engenheiro eletricista Gualtiero Giannoni. O preço é apenas um mero detalhe perante o amor pelo ciclismo, um estilo de vida que ele mesmo chama de doença. Para o italiano, foi realmente o vício por esse esporte de duas rodas que o levou a comprar uma bicicleta de R$ 20 mil. Giannoni tem 49 anos e
disposição de 20. Pedala todos dias, sem exceções. Duas vezes por semana, acorda de madrugada, às 4h30, para andar de bike e passa o dia ansioso para pedalar novamente, às 19h30. Ao lado dele, vai o amigo e lojista Vinícius Penido, proprietário de duas lojas especializadas no assunto. Ele explica que, nos últimos anos, a procura por modelos de alta performance cresceu muito em seu estabelecimento. “Há 20 anos, abri a loja para atender mais ao público de classe baixa, com acessórios mais baratos, mas, aos poucos, a procura por bicicletas e equipamentos de alta performance cresceu muito. Hoje, a maioria dos meus clientes tem alto poder aquisitivo”, revela.
 
Não basta ter dinheiro para seguir o exemplo saudável e esportista dos amigos. É preciso adotar um estilo de vida com disciplina. Para Giannoni, o ciclismo trouxe a melhora do seu condicionamento físico e mais disposição para os afazeres do dia a dia. O que não evitou acidentes. “Em 2009, estava pedalando em uma avenida movimentada em Betim, há 60 km/h. Como estava olhando para o velocímetro da bicicleta, não vi um caminhão parado no acostamento e levei uma baita trombada. Desmaiei. Os dois pneus furaram”, lembra.
 
Mas, ciclista que se preze, segundo os dois amigos, anda sempre com um pneu reserva. Traumatizado com o acidente, o engenheiro eletricista ficou seis meses sem pedalar e pediu que o amigo vendesse a magrela na loja dele até que pudesse comprar outra bike. “Hoje, além de viver cheio de hematomas por causa de tombos, ainda tenho de enfrentar marimbondos nas trilhas. Mas nada que me faça desistir da paixão sobre duas rodas”, reforça.
 
Paixão maior
Além da bicicleta Scott, que equivale ao preço de um carro popular, Giannoni possui mais dois modelos de bikes: uma para a prática de mountain bike, que custa R$ 7.900, e outra para a prática de speed (pedalar em asfalto), pela bagatela de R$ 5.500. “Você percebe que está viciado em ciclismo quando tem mais sapatilhas de ciclista do que sapatos sociais, como eu”, brinca o engenheiro. Penido, por sua vez, tem dois modelos: a destinada à prática de mountain bike, no valor de R$ 18 mil, e uma para a esporte no asfalto, que custa R$ 2 mil.
 
Adepta ao ciclismo desde 2004, a promotora de eventos Denise Cruzeiro, 48, é outra consumidora das bicicletas de alta performance/ Foto: Keka Bike/Divulgação
 
No momento, os amigos se preparam para percorrer 700 km até a cidade de Caldas Novas, no Estado de Goiás. “Trata-se de uma viagem a passeio. Vamos pedalar em dois dias, sendo 300 km em um e mais 300 km em outro. As esposas vão de carro para dar apoio.” E eles não param por aí. A dupla tem fôlego e disposição de sobra. “Vamos participar de três provas juntos: a Inter City Onça do Pitangui, Copa Grande Sertão e Copa Internacional de Mountain Bike”, contam.
 
Adepta ao ciclismo desde 2004 e consumidora das bicicletas de alta performance, a promotora de eventos Denise Cruzeiro, 48, prefere não revelar os valores de suas bikes por causa da falta de segurança. Cinco vezes por semana, Denise pega sua bicicleta e pedala por cerca de 2 horas treinando. Ela conta que gosta de percorrer as trilhas dos belos cartões postais da capital, como a Lagoa da Pampulha, trilhas e Cidade Administrativa. “Mas, sinto muito medo de enfrentar o trânsito caótico de Belo Horizonte, principalmente, pelo aumento da violência. Apesar de o número de adeptos ter aumentado muito nos últimos tempos, ainda não temos as ciclovias corretas. Além disso, motoristas, pedestres e ciclistas ainda têm muito o que aprender nesse sentido. Nossa cultura precisa mudar”, afirma. Fã de speed e mountain bike, a promotora de eventos, que já participou de mais de 57 competições de ciclismo, prepara-se, agora, para as competições que considera mais importantes: Copa Internacional, Iron Biker e Sertão Diamante.

 




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