Pedaladas de ouro

Mountain Bike

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Criado em 10 de Outubro de 2013 Esportes
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Pentacampeã brasileira de mountain bike, a mais recente moradora de Betim Erika Gramiscelli coleciona títulos e está de olho nas Olímpiadas do Rio de Janeiro, em 2016
 
Viviane Rocha
Atleta renomada, premiada e no auge da carreira. Esse é o perfil da ciclista belo-horizontina Erika Fernanda Gramiscelli, 29, que se mudou para Betim há cerca de um ano. Pentacampeã brasileira de mountain bike - Cross Country (2004, 2009, 2010, 2011 e 2013), Erika tem uma rotina intensa que envolve estudos, administração de um negócio próprio, competições e treinamentos em busca de uma vaga nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
 
Jovem, dedicada, decidida e campeã, a atleta está com a agenda cheia de competições para as próximas semanas: na Costa do Sauipe (BA), no Desafio RIO/MINAS – Petrópolis (RJ), no Campeonato Brasileiro de maratona e nos Jogos Abertos de São Paulo. Seu título mais recente foi o Brasileiro de Mountain Bike, em julho passado.
 
Erika diz que foi escolhida pelo esporte, e não o contrário. “Pedalar faz parte da minha filosofia de vida há mais de 16 anos e, por incrível que pareça, tudo começou sem que eu entendesse o competitivo mundo do ciclismo, mais especificamente, o mountain bike. Os sonhos foram se formando ao longo do tempo, em cima das bicicletas. No pedalar da vida cotidiana, encontrei a felicidade da minha profissão”, afirma.
 
A atleta estreou na carreira como grande vencedora. Aos 14 anos, participou de uma prova na cidade de Conselheiro Lafaiete, em 1983. No mesmo ano, competiu no iron biker, prova mais longa da América Latina, na categoria estreante, e, mais uma vez, chegou em primeiro lugar. Diante dos ótimos resultados, a dedicação aos treinos só aumentou, e uma brilhante carreira foi trilhada.
 
Quinze anos depois da estreia, ela se tornou a atleta que mais venceu nas provas mineiras de mountain bike e é uma das mais respeitadas atletas brasileiras. No cenário internacional, Erika compete em várias modalidades como a XCO (Cross Country Olímpico), além de participar de provas de longa distância conhecidas como XCM (Maratona) e Ciclismo de Estrada.
 
 
Dedicação
Tanta notoriedade no esporte não foi conquistada à toa. A ciclista tem uma intensa rotina de atividades físicas, todos os dias. “É muito desgastante, já que para alcançar meus objetivos o treinamento de alta performance exige disciplina, rotina e dedicação”, conta. Entre as atividades praticadas estão: alongamentos, natação, corrida a pé, musculação, fisioterapia e ciclismo de estrada. O objetivo de tantas atividades é promover a evolução técnica e física da atleta a médio e longo prazo. “Para que os resultados planejados sejam atingidos, conto com uma equipe de profissionais formada pelo mestre em fisiologia Reginaldo Gonçalves, o nutricionista esportivo Guilherme da Matta, a personal trainer Viviane da Costa Silveira e Evandro Moraes, que cuida de toda a parte empresarial e logística”, explica.
 
Agora, a principal meta da atleta são as Olímpiadas do Rio de Janeiro. “O plano de desenvolvimento tem como foco minha classificação para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Todo o cronograma de treinamento tem sido elaborado de forma minuciosa para que eu possa alcançar a melhor performance possível”, reforça. Além dos treinamentos rigorosos – de três a quatro horas de pedaladas, seis vezes na semana, e treinamento funcional três vezes na semana, durante duas horas –, Erika segue uma alimentação equilibrada e balanceada.
 
Mesmo com tanta dedicação, ela também treina com a bicicleta BMX, modalidade que, recentemente, garantiu seu espaço nos Jogos Olímpicos. “Tenho utilizado essa nova experiência para conhecer e agregar novas técnicas ao meu cotidiano”, salienta.
 
Estudante e empresária
Erika concilia o esporte com mais duas atividades. Uma delas é o curso de educação física na Faculdade Pitágoras de Betim. “O conhecimento adquirido tem me ajudado em minha rotina de treinos. Futuramente, pretendo trabalhar na formação de atletas de alto rendimento e, paralelamente, quero investir na formação de atletas mirins”, conta.
 
Nos intervalos dos treinamentos e estudos, a atleta ainda administra uma sex shop no centro de Betim. “Ultimamente, horas vagas não têm feito parte da minha agenda, mas estou cuidando do meu novo empreendimento, uma loja no segmento de produtos eróticos (Pimenta Rosa), localizada na avenida Amazonas”, conta.
 
Planos para o futuro
Um dos desejos de Erika é utilizar o atletismo e o esporte como um braço de inclusão social para comunidades menos favorecidas. “O esporte tem o poder de unir as classes sociais, raciais e religiosas”, acredita. “Portanto, um dos meus projetos é levar o esporte para as comunidades mais carentes, especialmente, para as crianças”, complementa.
 
Por enquanto, a ciclista quer continuar a sua vitoriosa carreira e aproveitar o melhor do seu rendimento esportivo. “O auge da carreira de um atleta de alto nível é exatamente a que me encontro atualmente: na faixa etária dos 30 aos 35 anos”, explica. “Vejo que ainda tenho muito a contribuir para o esporte e, lógico, conquistar. Por isso, a minha aposentadoria está muito longe de acontecer”, finaliza.

 




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