PINCELADAS DE PAIXÃO PELA ARTE

Artista plástico Atacir Costa se destaca retratando importantes personagens do Brasil e do mundo, bem como diversos nomes do futebol

Criado em 15 de Março de 2017 Cultura
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Dom, amor e alguns pincéis com tinta são os compostos que fizeram o artista plástico e pintor Atacir Costa se tornar reconhecido entre diversos nomes do futebol e outras personalidades. Aos 43 anos, ele comemora mais de duas décadas do trabalho e da paixão que o acompanham desde a infância.

Seus quadros exploram o impressionismo, movimento artístico que se espalhou por toda a Europa no século XIX. Nas obras de Costa, feitas em tinta a óleo sobre tela, importantes personagens são retratados como em uma bela fotografia. Um dos mais famosos é o da defesa do goleiro Victor, do Clube Atlético Mineiro, na Taça Libertadores de 2013, em um jogo decisivo contra o Tijuana. “Foi a partir daí que muita coisa começou”, resume ele, que também é formado em gestão ambiental, embora nunca tenha atuado nessa área.

 Primeiro contato

A destreza com os pincéis começou quando Atacir era criança. Ele reutilizava os materiais usados pela mãe para pintar pequenos bonecos que ela vendia. O desejo de fazer aulas de pintura sempre existiu, mas, pelas condições financeiras da família, ele só conseguiu ingressar em um curso por volta dos 18 anos, quando foi admitido no primeiro emprego.

“Foi na galeria da artista Márcia Nascimento, em Belo Horizonte, um dos locais mais acessíveis para pagar na época”, lembra. Ele não precisou concluir o cuso, já que sua habilidade com o pincel era nata, o que foi confirmado em uma das aulas, como ele conta: “Cheguei para meu professor e perguntei se eu poderia fazer alguma pintura em casa para treinar, e ele disse que era melhor esperar. Pensei comigo: a tela, a tinta e o pincel são meus. Nada me impede de fazer. Se der errado ou ficar feio, eu simplesmente jogo fora. Então, fiz uma casinha e levei dias depois para o professor ver. Ele ficou admirado com o fato de um aluno ainda com pouco conhecimento ter feito uma obra tão rica em detalhes”, diz.

A presença humana sempre é uma das tônicas de seu trabalho. Costa pinta cenários, mas, no fim, ele gosta de dar um toque de “vida”.

Especialização

No decorrer de sua carreira, Atacir sempre buscou referências e conselhos de outros artistas e, entre os muitos que participaram de sua caminhada, ele destaca os brasileiros Mauro Rocha, J.B. Campos, falecido em 2012, Rui de Paula e o russo Vladimir Volegov. “Esses são apenas alguns, mas há muitos que também admiro e que me influenciaram de alguma forma”, afirma.

Com os anos, Costa, buscando se destacar em algo, teve a ideia de retratar cenas do futebol. A primeira foi a defesa histórica do goleiro Victor na Taça Libertadores de 2013, quadro que o tornou reconhecido e o colocou em linha direta com os jogadores e a direção do Atlético Mineiro. “Por meio desse quadro, conheci um conselheiro do clube, que comprou a obra e encomendou outras. Ganhei espaço no Atlético e lá conheci outra pessoa que tinha acesso ao Cruzeiro e que me apresentou aos jogadores celestes. Dessa época em diante, tenho feito pinturas de jogadores. Inclusive cheguei a fazer trabalhos para integrantes do Corinthians, do Ponte Preta e do América”, conta. O artista também fez amizade com o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Rodolfo Gropen, que já adquiriu cinco obras dele. Gropen conta que a primeira vez que viu o trabalho de Atacir foi na sede do Atlético. ”Fiquei muito bem impressionado. Ele alia com maestria a fidelidade na pintura à emoção particular de cada expressão que retrata”, afirma.

Devido às obras voltadas para o mundo do esporte, várias personalidades conheceram as pinturas de Costa. Algumas reproduzidas por ele são o ex-desembargador Alvimar de Ávila, falecido em 2015, os cantores Vander Lee, o vocalista da banda Jota Quest, Rogério Flausino, e o tecladista do grupo, Márcio Buzelin. No momento, ele está pintando um quadro com todos os integrantes da banda.

Outro destaque são obras encomendadas pelo ex-jogador Gilberto Silva para decorar um hotel inaugurado em março em Lagoa da Prata, no Centro-Oeste mineiro.

Projetos paralelos

Costa não apenas desenvolve seu dom a todo vapor, como também repassa o conhecimento que tem de forma voluntária. Desde 2015, ele ministra aula de pintura na Associação Casa Renascer, da Igreja Batista Anel de Selar, no bairro Pindorama, em Belo Horizonte. O curso é totalmente gratuito. “É a região onde eu nasci e cresci e quero atingir essa comunidade. Desejo fazer por eles o que eu não tive condições de fazer quando criança ou adolescente, que é estudar em um curso e aprender as técnicas da pintura. Faço tudo com muito amor e dedicação, relata, orgulhoso.

 Exposições fixas

 O ateliê de Atacir fica na casa dele, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, mas um dos locais onde suas obras estão em exposição é o Museu Jeca Tatu, em Itabirito, na região Central do Estado. O espaço é peculiar e exala arte, cultura e história em cada cantinho. O convite veio do proprietário, Leonardo Ruggio, em 2014.

“É sensacional estar ali, pois é onde as pessoas podem conhecer meu trabalho de perto e ver como é a pincelada de cada obra. O Jeca Tatu é um local sensacional, e estar com o Leo é uma honra, pois é uma pessoa por quem tenho grande admiração. Exponho meu trabalho lá sem pagar um centavo pela utilização do espaço”, ressalta. Para Ruggio, as obras de Costa complementam o museu de forma positiva. Segundo ele, é satisfatório ver que um artista talentoso vem se destacando no meio artístico cada vez mais. O trabalho dele é excepcional”, elogia.

Também há obras de Atacir expostas na galeria Ouro Artes, em Ouro Preto, na mesma região, e em galerias de Brasília (DF), Espírito Santo e São Paulo.

Para ele, a pintura é muito mais do que uma profissão, é literalmente um prazer. “Lembro uma vez que minha mãe falou comigo para eu parar de gastar dinheiro com pintura, pois eu não estava vendendo nada. Ela temia que eu me frustrasse com a atividade. Então, respondi a ela que, mesmo que se eu tivesse a certeza absoluta de que jamais venderia uma única obra, ainda assim eu não pararia de pintar, pois isso é algo que amo”, resume.




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