Retrato da emoção

Fotógrafo betinense Túlio Isaac lança olhar diferenciado sobre casamentos e captura momentos espontâneos, com foco na emoção. Essa, aliás, é a matéria-prima do profissional, vencedor de 34 prêmios – a maioria deles internacional.

Criado em 11 de Maio de 2017 Talento
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De acordo com o dicionário Aurélio, “fotografia” é a “arte de fixar a imagem de qualquer objeto numa chapa ou película com o auxílio da luz”. O betinense Túlio Isaac, de 39 anos, no entanto, transpôs o conceito e criou, na prática, sua própria definição. Em busca da emoção real, ele vai além da iluminação, do cenário, das técnicas e dos sorrisos posados para capturar a essência da cena e permitir que os protagonistas revivam uma fração de segundo com a satisfação de uma vida inteira.

A descoberta do talento aconteceu de maneira despretensiosa, em 2006, com o nascimento da filha. Diante dos registros feitos com a própria câmera – adquirida especialmente para essa finalidade –, Isaac percebeu que poderia transformar o novo hábito em profissão. E foi o que ele fez. Comprou livros, estudou muito, aprendeu novas técnicas – “sou um pouco autodidata”, garante – e, depois de trabalhar com outros profissionais e como fotógrafo freelancer, ele abriu, em 2009, um estúdio para chamar de seu, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Aconteceu uma festa em família, e eu, brincando com a máquina na mão, flagrei momentos de muita emoção. Gostei e vi que eu podia expressar meu desejo, a arte por meio da fotografia”, relembra.

Segundo Issac, o início não foi fácil porque exigiu atração de clientela e conquista de confiança, o que, de acordo com ele, é sempre muito complicado em qualquer negócio. Mas, um ano mais tarde, a cena começou a mudar, e a aceitação do trabalho dele ganhou força, sobretudo por conta do olhar singular que ele revelou ter por trás das lentes. “Eu buscava muita emoção em fotos espontâneas. Em 2010 e em 2011, passei a ter uma procura muito grande e comecei a entender o perfil dos clientes que chegavam até mim. Fui me aperfeiçoando e fiz cursos até fora do Brasil. Mandei fotos minhas para outros lugares do mundo, não tanto para ganhar prêmios, mas para medir meu trabalho internacionalmente”, relata. No ano passado, a medida chegou ao tamanho 34, total de premiações que ele já recebeu desde então – a maioria delas estrangeira.

 Simbiose

Apesar do reconhecimento, o fotógrafo prefere manter os pés no chão e o foco no objetivo. Ele afirma que ainda não atingiu a maturação profissional mas admite que analisa positivamente a trajetória que seguiu na última década. E ele está certo. Hoje, são os próprios clientes que fazem questão de indicá-lo a parentes, amigos e conhecidos. Aproximadamente 80% dos novos trabalhos surgem a partir dos anteriores. É o caso da dentista mineira Stefania Maria Pasqua Marra, de 34 anos. Depois de ver as fotos do casamento de um amigo, feitas por Isaac, ela não teve dúvidas de que ele seria o responsável por registrar em imagens a união dela com o empresário Marcio Marra, de 43, ocorrida em 2011, em Guaxupé, no Sul de Minas Gerais. “Fico muito feliz por ter tido esse superfotógrafo em nosso casamento. Além de profissional, ele é um ser humano incrível”, assegura Stefania.

Isaac, é claro, faz questão de retribuir à altura a credibilidade depositada nele. “Tenho muita preocupação com meu cliente, muita cautela e muito cuidado. Sempre penso em um trabalho que vá superar as expectativas. Não tenho outras áreas de atuação. Então, eu me dedico 100%. Faço uma média de 20 casamentos por ano, porque acredito mais em qualidade do que em quantidade. Procuro entender quem são os familiares, vou muito bem-preparado. Não trato como evento, mas como uma ocasião especial”, salienta.

Foi justamente essa entrega ao enredo retratado que o levou a ser um fotógrafo de casamentos. “Desde que comecei, entendi que gostava de fotografar pessoas, de estar no meio de histórias. Outras áreas, como natureza, produtos ou moda, não me chamaram a atenção, embora eu traga influências delas. O casamento é algo que me interessa muito porque tem uma história por trás. Para mim, se não tem história, não tem por que fotografar”, ressalta.

A maior parte da demanda (70%), atualmente, é de Belo Horizonte; outros 20%, de fora do Estado; e 10%, de Betim. No portfólio, Isaac soma cerca de 400 casamentos desde que passou a gerenciar o próprio negócio. Trabalhando para terceiros, foram mais de 300. O segredo para tamanho sucesso, de acordo com o betinense, está no fundamento de qualquer empreendimento. “No atual cenário econômico que a gente vive, meu diferencial é que nunca atrasei ou deixei de entregar um trabalho. Hoje, com tantas informações que aparecem de fornecedores que deixam clientes a ver navios, esse é um ponto que eu acho muito positivo. Outro é que vivo cada momento junto a meus clientes, trato a fundo cada um deles. O terceiro ponto é que realmente gosto de trabalhar com emoção, cenas pouco convencionais, captura de momentos espontâneos. O cliente nem percebe que estou perto, e, depois, entrego o resultado a ele”, conclui.




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