Surfando no asfalto

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Criado em 14 de Novembro de 2012 Esportes
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Criado na década de 60, na Califórnia, o skate não para de se reinventar; o esporte conquista cada vez mais adeptos, e o melhor é que não há idade para praticá-lo 

A missão é para corajosos: subir em um skate e ir de uma ponta a outra sobre uma rampa de 4 m de altura. A tarefa parece difícil, mas, para o empresário Fernando Rangel, 46, que anda de skate há cerca de 35 anos, isso é pura diversão. Devido à paixão pelo esporte, Fernando construiu sua própria pista, no bairro Arquipélago Verde, na região do Bandeirinhas, em Betim. “Em 2002, fiz uma pista de concreto e, em 2007, uma de madeira. Até 2010, ela ficou aberta ao público, não cobrávamos nada. Depois, começamos a pedir uma ajuda de custo no valor de R$ 15”, afirma o skatista.
 
Atualmente, a pista passa por uma reforma. A ideia é transformá-la em um projeto social. “Pensamos em fazer uma escolinha de skate, talvez em parceria com alguma escola ou creche da região. Mas, primeiramente, vamos terminar a estrutura para, depois, procurar a prefeitura para viabilizar o projeto”, diz Fernando. 
O empresário, que mora em Betim desde a década de 90, diz que o skate evoluiu muito no mundo e no Brasil.  Grandes competições e nomes consagrados do esporte tiraram o rótulo negativo que muitos davam ao skate e ao skatista. “Lá fora, a visibilidade dessa modalidade de esporte é muito maior. As competições têm calendário, e há circuitos na Europa e na América do Norte. Por isso, muitos praticantes que querem se profissionalizar acabam indo para outros países porque lá os patrocinadores investem mais”, conta.
Modalidades
 
Street: Baseia-se nos obstáculos encontrados na rua, como corrimões, paredes inclinadas e escadarias.
 
Freestyle: Modalidade praticada no solo, em que o skatista apresenta várias manobras em sequência, geralmente no chão. 

Vertica : É praticada em pistas, de madeira ou concreto, com curvas e pode ser  dividida em várias modalidades, como half pipe (praticada em rampas de 4 m de altura em formato de "U"), big air (principal competição dos x-games), bowl (praticada em uma pista em formato de piscina, geralmente com mais de 3 m de profundidade), mini ramp (praticada em rampas de até 2 m de altura, em que o skatista realiza voos mais baixos) e banks (a pista também tem formato de piscina, mas com o fundo mais raso do que na modalidade bowl).

De pai para filho

Falando em se profissionalizar, quem pensa em seguir carreira com o skate é o estudante Luca Menechjack Rangel, 15. Filho de Fernando, Luca diz que anda de skate desde os 2 anos. “Sempre andei de skate, e todos da minha família e amigos me apoiam muito”, relata o estudante. “Inclusive, muitos amigos que não gostavam passaram a ir à pista comigo e, agora, também curtem o esporte”, completa.
 
Em 2009, Luca foi campeão em uma competição realizada na pista de skate do bairro Horto, na avenida Edmeia Matos Lazzarotti. No campeonato de 2011, ele ficou com o terceiro lugar. “Gosto muito da modalidade half, e tenho mais facilidade no street. Porém, para me profissionalizar, pretendo treinar e me dedicar muito às duas”. Um dos maiores ídolos de Luca é Tony Hawk, que já ganhou 12 campeonatos mundiais de vertical, nove x-games e três campeonatos mundiais de street. “Sou fã dele. Tony foi um dos pais do vertical”, lembra Luca.
 
O estudante não descarta a ideia de ir para outros países por causa do esporte. “Eu e meu pai já viajamos para os Estados Unidos algumas vezes e tivemos a oportunidade de andar em algumas pistas por lá. Já pensei muito nisso para me profissionalizar”, declara.
 
Para ele, ainda falta muito para o esporte conseguir um lugar ao sol por aqui. “Deveriam construir mais pistas, e com mais elementos. A maioria das pistas mineiras é muito básica. Além disso, também deveriam investir nos skatistas. Tem muita gente boa por aí”.
De olho na segurança
 
É importante ficar atento ao se praticar o skate. Tanto para iniciantes como para veteranos, os equipamentos de segurança são indispensáveis: capacete, cotoveleiras, joelheiras, luvas que precisam ter os dedos cortados para facilitar que o skatista  segure o skate em algumas manobras, tênis deve ter solado reto e antideslizante e wrist guard, que, além de proteger os punhos, auxilia como apoio para manobras que usam as bordas das rampas.
Modalidades
Não se sabe precisamente quando nem como aconteceu. Do que se tem alguma certeza é que, por volta das décadas de 50 e 60, surfistas da Califórnia inventaram uma nova maneira de surfar. Eles abandonaram o mar e se aventuraram no asfalto. Os inventores usaram suas pranchas e anexaram a elas rodinhas, construindo, assim, os primeiros skates.
 
Décadas se passaram, e o esporte evoluiu. Campeonatos foram organizados, e a prática do skate se dividiu em diversas modalidades. Conheça quais são elas no quadro à sua esquerda.

 




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