Uma incubadora das artes

Cultura

Criado em 23 de Novembro de 2015 Cultura

Mercado das Borboletas

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Há cinco anos, terceiro andar do Mercado Novo, no centro da capital mineira, recebe shows e eventos culturais dos mais variados estilos; o espaço vem se transformado num ponto de encontro marcado pela pluralidade de gêneros artísticos e de públicos
 
Sara Lira Braga
 
PENSE EM UM LUGAR que acolhe todos os tipos de eventos culturais, desde os moderninhos até os alternativos. Aceitar os mais diversos estilos é a principal característica do Mercado das Borboletas, situado dentro do Mercado Novo, no centro de Belo Horizonte. Fundado no início da década de 1960, o prédio seria utilizado para substituir o então Mercado Central. Mas a obra nunca foi finalizada, e, aos poucos, as lojas começaram a chegar ao local.
 
Há cinco anos, os sócios do prédio tiveram a ideia de disponibilizar o terceiro andar – na época, desativado – para a realização de shows, festas, feiras e eventos culturais. “Nosso objetivo maior era permitir que o mercado fosse uma incubadora das artes, era fazer política cultural”, definiu um dos sócios, Tarcísio Ribeiro Júnior.
 
No segmento de negócios, “incubadora de empresas” é uma expressão utilizada para denominar empreendimentos que apoiam outras instituições em capacitação por meio de ferramentas compartilhadas, como cessão do espaço físico e oferta de assessoria técnica. Segundo Tarcísio, uma vez que não há apoio financeiro, seja por parte da Prefeitura de Belo Horizonte, seja através de empresas, para tentar propiciar a manutenção do local, nasceu o projeto da incubadora.
 

 
ALTERNATIVA
Se a proposta era criar uma incubadora das artes, teve quem comprou a ideia e “vestiu a camisa do mercado”. A apresentação de peça teatral da 37ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, em 2011, e a formatura do Centro de Formação Artística (Cefar), da Fundação Clóvis Salgado, são alguns dos eventos já realizados no espaço. “Vamos conversando com as pessoas e agregando ideias. Os grupos vão se conhecendo, e uma coisa puxa a outra. Assim, seguimos implementando novas ações”, destaca o outro sócio, Gabriel Filho. “Quando uma equipe ou uma agência quer fazer um evento aqui, elaboramos o projeto juntos, de modo que o melhor seja feito
para ambas as partes”, completa Tarcísio.
 
Em quase cinco anos de atividades culturais, mais de 4.000 artistas se apresentaram no espaço, desde os mais famosos, como Elza Soares, Otto e Vander Lee, até os pertencentes à cena alternativa. De acordo com Gabriel, as festas abrangem todos os gostos e públicos, não se limitando apenas a eventos musicais, mas, também, festivais gastronômicos, como a feirinha Aproxima, organizada pelo chef Eduardo Maya, e feiras de artesanato.
 
O que mais chama a atenção do público é justamente essa pluralidade. “É um espaço sempre aberto à discussão, a essa diversidade de gêneros, de pessoas. Um lugar que acolhe todos, independentemente de credo, religião, orientação sexual ou opiniões”, afirma Wenderson Simões Silva, o MC Das Quebradas, que toca no local desde o início do projeto. Atualmente, ele está à frente do Hip Funk Hop, que une os dois estilos musicais em festas realizadas no Mercado das Borboletas.
 
A organizadora de eventos Aline Prado concorda com a ideia: “É uma casa que não é estereotipada, onde cabem todos os tipos de evento e onde todo mundo se sente bem”. Para ela, a localização, a disposição e a decoração do espaço também são diferenciais. “Lembra um pouco o subúrbio de Londres, o que dá um charme para o lugar”, completa.




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