Vamos discutir a relação?

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Criado em 19 de Dezembro de 2012 Saúde e Vida
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Em um relacionamento, é comum que um queira ficar em casa no fim de semana, assistindo a um filme, e o outro prefira ir dançar ou mesmo a um barzinho. Mesmo em casa, um pode optar por ver a novela, e o outro, a partida de futebol. É inevitável também que as manias de um no dia a dia incomodem o outro. Mas, como entrar em acordo quando as diferenças se tornam iminentes?

O segredo para evitar brigas nunca existirá. Apesar de ter se tornado um estigma e até piada entre os casais, a famosa D.R.  cujo significado é “discutir a relação” – é uma ótima opção para harmonizar o relacionamento. Pelo menos é o que afirma a psicóloga Gisela Carvalho Santos, 29. “Temos que querer estar bem em um relacionamento. Quando algo incomoda, é preciso dialogar. Uma relação sem conversa pode ser catastrófica, afinal, há um acúmulo de insatisfações. Isso pode ocasionar a agressividade na relação. O diálogo, contudo, deve ser focado em resolver os problemas conjuntamente, e não em apontar erros e defeitos no parceiro. Isso pode piorar a situação”, explica a psicóloga.
 
Para os casais que ainda estão se conhecendo, Gisela dá algumas dicas. “Quando iniciamos uma relação, criamos expectativas em nosso imaginário, que podem ou não se confirmar. Por isso, permita frustrar-se. Esteja preparado e ciente de que isso pode acontecer em qualquer relacionamento”, diz.
 
Outra situação comum é a mulher querer iniciar uma conversa e o homem tentar fugir ou não corresponder às expectativas. Segundo a psicóloga, a explicação para isso se dá desde os primórdios da humanidade. “O fato de a maioria das mulheres expressar melhor seus sentimentos pode ser explicado desde a pré-história, momento em que os papéis eram bem-definidos: o homem saía para a caça, e a mulher cuidava da casa e dos filhos. O homem é mais racional, e a mulher, mais sentimental. A mulher também não objetiva sua queixa. Ela envolve muita informação na discussão.  Já o homem, por ser mais racional, não compreende a amplitude do questionamento”, salienta.
Quando é hora de terminar?
Expostos os problemas e feitas as tentativas para resolvê-los, sem, contudo, nada mudar, o que fazer?
 
Para alguns, insistir é preciso, pois ainda há amor. Já para outros, a relação se torna uma briga contínua. A psicóloga Gisela lembra que não existe uma fórmula para o relacionamento, mas dá dicas de como identificar se vale ou não a pena insistir. “Todo casal precisa de três coisas: ter objetivos em comum, características compatíveis e erotismo, paixão. As pessoas estão em constante transformação. O indivíduo nunca é algo, ele sempre “está algo”. E essas mudanças podem apagar alguns desses itens. O próximo passo não é tentar mudar a pessoa, mas, sim, avaliar se vale ou não a pena estar junto com ela”.
 
Mito ou verdade: os homens fogem da D.R.?

Uma pesquisa coordenada pela cientista Mara Mather, professora da University of Southern, na Califórnia, explica que, sob o  estresse, o homem tende a “retirar-se socialmente”. O levantamento diz ainda que a atividade cerebral dos homens se reduz drasticamente na região responsável por interpretar o sentimento alheio, enquanto que, nas mulheres, a sensibilidade na mesma área só aumenta.

 

Namorados há quase três anos, Camila Martins, 20, e Guilherme Oliveira, 22, passam por tais situações. Embora o gosto de ambos seja parecido, às vezes, a relação entra em “curto-circuito”. “Algumas coisas me incomodam, e eu tento expô-las, mas não dá certo. Ele sempre escapa, dizendo que está cansado, que é para discutirmos outra hora, e eu acabo falando sozinha. Independentemente do modo como eu o abordo, o fim é o mesmo: eu fico com raiva, mas acabo passando por cima e cedendo. Afinal, eu o amo e quero estar bem”, diz a estudante de educação física. Já o namorado se defende, afirmando que não tenta fugir da D.R.
 
“Eu tento entendê-la, mas, como todo homem sabe, é difícil compreender a cabeça das mulheres. Então, para evitar brigas, tento fugir da conversa. Sei que, de um jeito ou de outro, vamos ficar bem”, declara Guilherme. A psicóloga explica que ceder é importante, mas devemos ponderar quando isso é preciso. Para ela, os extremos, isto é, ceder sempre ou nunca ceder não funcionam. “Quando discutimos algo com o parceiro, nós não podemos somente apontar o erro do outro. Afinal, quando se está em um relacionamento, se está a dois. Ambos têm parcela de influência no que está acontecendo. Ceder é importante. Mas, quando isso se torna frequente, é preciso estar atento. Às vezes, cedemos tanto para agradar ao parceiro que acabamos perdendo nossa personalidade”, pondera a profissional.
 
Como toda regra tem sua exceção, há também as mulheres que fogem da D.R. É o caso da estudante de jornalismo Júnia Rodrigues, 26. Ela diz não se incomodar com manias ou preferências dos parceiros. “Eu sou muito calma. Procuro entender a pessoa com quem estou. Em meus namoros, sempre foi assim. Quando a questão me incomoda muito, não tento mudar o outro, apenas termino”, revela.

 




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