Vegetarianismo: uma tendência que cresce no mundo

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Criado em 06 de Setembro de 2012 Saúde e Vida
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  Seja por saúde, seja por amor aos animais, cada vez mais as pessoas aderem à alimentação vegetariana e a um novo estilo de vida
 
   Você já pensou em excluir a carne de sua alimentação? Essa prática pode parecer loucura para muitas pessoas, mas vem se tornando cada vez mais popular entre os brasileiros. Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), 9% da população brasileira é vegetariana.
 
   A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) considera vegetariano “todo aquele que exclui de sua alimentação todos os tipos de carne, aves e peixes e seus derivados, podendo ou não utilizar laticínios ou ovos. O vegetarianismo inclui o veganismo” para “Uma outra vertente, considerada mais radical, é o veganismo, que é a prática de não utilizar produtos oriundos do reino animal para algum fim (alimentação, higiene, vestuário, dentre outros)”. Ainda de acordo com a SVB, o indivíduo que segue a dieta vegetariana pode ser classificado conforme o consumo de subprodutos animais (ovos e laticínios). Assim, há o  ovolactovegetariano, o indivíduo que não come carne, mas utiliza ovos, leite e laticínios na alimentação; o lactovegetariano, que é o vegetariano que não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios; o ovovegetariano, que não utiliza laticínios, mas consome ovos; o vegetariano estrito, aquele que não utiliza nenhum derivado animal em sua alimentação; e o vegano, o mais extremista, que, além de não comer carnes e derivados animais, não utiliza componentes animais não alimentícios, como vestimentas de couro, lã e seda, além de produtos testados em animais.
 
   Segundo a nutricionista Sandra Portugal, vegetariana há 18 anos e, atualmente, vegetariana estrita – sem leite e derivados e ovos na alimentação –, muitos motivos levam uma pessoa a se tornar vegetariana. “A ética, a noção de que os animais são seres sencientes, ou seja, capazes de sofrer ou sentir prazer e felicidade, levam alguns indivíduos a não quererem ser corresponsáveis pelo abate ou qualquer outra forma de utilização e exploração de animais. Algumas pessoas optam devido à saúde, afinal, diversos estudos consideram mais saudáveis a maior utilização de produtos de origem vegetal e a restrição de produtos oriundos do reino animal. No entanto, outras questões motivam à pratica, como proteção ao meio ambiente, influência familiar, religião e espiritualidade, filosofia e não-aceitação do paladar”, explica a nutricionista.
 
 
   Sandra ressalta a importância da reposição da vitamina B12 para aqueles que optam pela dieta. “Todas as pessoas, independentemente de serem vegetarianas, devem preocupar-se com a alimentação e com a provável deficiência nutricional. Há, entretanto, um nutriente específico que os vegetarianos, especialmente os veganos, não encontram em alimentos de origem vegetal, que é a vitamina B12. É preciso fazer exames para identificar se é necessária a reposição, que pode ser feita a partir da ingestão de vitaminas manipuladas”, afirma.
 
  A estudante Gabriella Fonseca Ribeiro, 21, conta que nunca comeu carne em excesso, e que aderiu à prática há dois anos. “O processo de me tornar vegetariana foi gradual. Inicialmente, cortei a carne vermelha e comia carne de aves e peixes, pois acreditava que esses animais recebiam um tratamento melhor nos matadouros.
 
  Com um pouco de pesquisa, infelizmente, pude ver que não é bem isso que acontece. Então, cortei a carne de aves e, por fim, o peixe. Hoje, reduzi bastante o consumo de produtos de origem animal. Não bebo leite ou como ovos, mas ainda consumo alimentos que utilizam esses produtos. Meu objetivo é me tornar vegana”, revela.
 
   Gabriella acredita que o consumo de carne é uma cultura do Ocidente e não é verdadeiramente essencial. “Não somente a carne, mas diversos outros atos que envolvem atrocidades com animais não podem ser justificados pela cadeia alimentar; eles existem para satisfazer o ego do homem. Refletindo sobre isso, resolvi abolir de vez o consumo de carne. Hoje, antes de ir às compras, pesquiso quais empresas fazem testes em animais e busco produtos que sejam livres de crueldade a eles – não uso couro, por exemplo. Existem materiais sintéticos de qualidade em todos os setores. Sempre há alternativas, só é preciso procurar”, salienta.
 
   A aposentada Janine Guido, 51, vegana há quatro anos, tinha como foco inicial apenas a saúde. “Assisti a vídeos como 'Não Matarás' que me deixaram chocada com o sofrimento pelo qual os animais passam. Temos que usar toda a tecnologia de que dispomos a favor dos animais, e não contra eles”, diz ela, que faz parte da ONG Cadeia para Quem Maltrata os Animais,  organização que já reúne mais de 100 mil pessoas e atua no mundo inteiro.
 
Saiba mais
 
Dietas adotadas
  • Ovolactovegetarianismo
  •  Vegetarianismo estrito
  •  Lactovegetarianismo
  •  Ovovegetarianismo
  •  Veganismo
Motivos que levam ao vegetarianismo
  •  Ética
  •  Saúde
  •  Meio ambiente
  •  Não gostar de carne
  •  Família
  •  Espiritualidade / Religião 
  •  Ioga
  •  Filosofia
 
 
  O empresário Geraldo de Assis, 44, é vegetariano há 27 anos e, para ele, a maior dificuldade por que passou todos esses anos é encontrar opções de lugares onde se alimentar. 
 
  “Ter controle das ansiedades e desejos é importante para nosso crescimento pessoal e profissional. Trabalhava na estrada como cegonheiro, e o martírio de não comer carne era realmente uma realidade. Faltavam opções. E, para a cultura da estrada, um absurdo um caminhoneiro não comer carne. Em Betim, infelizmente, os estabelecimentos não se deram conta de que essa alternativa alimentar inclui uma infinidade de opções que saboreiam o paladar até mesmo dos mais carnívoros. Vou me virando como posso”.

 

 




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